São Paulo — Marcus Vinícius Machado Rocha, de 22 anos, deixou a Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) e seguiu para um quarto do Hospital São Luiz Anália Franco, na zona leste de São Paulo, na noite da última terça-feira (9/4).
Ele estava internado desde o dia 31/3, quando Fernando Sastre Filho, de 24 anos, bateu o Porsche em alta velocidade na traseira de um Sandero, matando o motorista de aplicativo Ornaldo Silva, 52, no Tatuapé, zona leste paulistana. Marcus passou por duas cirurgias e acordou do coma induzido na última noite.
Ao G1, o advogado do estudante, José Roberto Lourenço, revelou que o homem se lembra do acidente: “Ele lembra do ocorrido. A gente bateu um papo, já me adiantou, mas vou deixar para ele prestar os esclarecimentos para o delegado”, disse.
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O jovem é amigo de infância de Fernando e estava no banco de passageiro no momento da colisão que provocou a morte de Ornaldo na Avenida Salim Farah Maluf. Com o impacto da colisão, Marcus fraturou quatro costelas. No hospital, ele também precisou colocar dreno nos pulmões e retirar o baço.
O paciente sofreu um derrame pleural e, por isso, precisou da utilização de drenos para retirar líquido da pleura, um tecido que cobre os pulmões e a parede interna do tórax, e auxiliar na respiração.
Por conta de fortes dores, Marcus esteve sedado e entubado até a noite de terça, quando a sedação foi retirada e a extubação aconteceu por meio de uma cirurgia.
Segundo o G1, a vítima já iniciou o processo de fisioterapia para recuperar os movimentos do corpo. O advogado José Lourenço disse que o jovem “segue respondendo bem aos tratamentos”.
Depoimentos de namoradas
Uma das testemunhas ouvidas durante a investigação é a namorada de Marcus Vinícius. Em depoimento, ela afirmou que o grupo “tomou alguns drinks” em um restaurante antes de ir para uma casa de poker na noite do acidente.
Além disso, ela revelou que Fernando e a namorada discutiram antes de ele entrar no Porsche, avaliado em R$ 1,2 milhão, porque o empresário estava “um pouco alterado”. A discussão foi flagrada por câmeras de segurança (vídeo abaixo).
Na última terça-feira (9/4), a namorada de Fernando Sastre Filho negou que ele tenha ingerido bebida alcoólica antes da colisão. Sobre o motivo da discussão com o empresário, a mulher disse à Polícia Civil que pediu para Fernando parar de apostar na casa de poker onde eles e o casal de amigos estavam, o que gerou o conflito.
Em seu depoimento, Fernando negou ter ingerido bebida alcoólica e afirmou que dirigia “um pouco acima” do limite de velocidade (50 km/h) do trecho da Avenida Salim Farah Maluf onde ocorreu o acidente.
Porsche em alta velocidade
A batida aconteceu por volta das 2h20 do domingo (31/3) e foi flagrada por câmeras de segurança. Vítima da colisão, o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva, chegou a ser socorrido, já em quadro de parada cardiorrespiratória, mas morreu 1 hora depois por perder muito sangue.
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Motorista do Porsche esteve na unidade policial para prestar depoimento
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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade
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Fernando Sastre de Andrade Filho, acusado de homicídio após provocar um acidente com seu Porsche em alta velocidade
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Empresário Fernando Sastre de Andrade Filho sai do 30º DP pela porta da frente
Felipe Resk/Metrópoles
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Acompanhado da mãe, Fernando Sastre de Andrade Filho se apresentou à delegacia em 1º de abril de 2024
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Fernando Sastre de Andrade Filho estava desaparecido
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Dianteira de carro de luxo ficou completamente destruída
Divulgação/Polícia Civil
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Asfalto ficou com marcas de pneus após acidente, ocorrido em alta velocidade
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Carro da vítima teve a traseira destruída
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Motorista do Renault Sandero morreu durante atendimento hospitalar
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Após o acidente, Fernando esperou a chegada da mãe, Daniela Cristina, e fugiu do local sem prestar socorro às vítimas. À polícia, a mulher afirmou que foi levar o filho ao Hospital São Luiz, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo. Por esse motivo, os PMs do local deixaram a dupla sair da cena do acidente sem fazer o exame do bafômetro.
Posteriormente, ao tentar localizar o suspeito para prosseguir com o bafômetro, os agentes descobriram que Fernando nunca havia dado entrada na unidade. O empresário só se apresentou à polícia 38 horas depois.
Pedidos de prisão negados
A Polícia Civil já fez dois pedidos de prisão (temporária e preventiva) contra Fernando Sastre Filho. Ambos foram defendidos pelo Ministério Público, que entendeu que a liberdade do suspeito podia representar obstáculos na sequência da apuração dos fatos.
Os dois pedidos, porém, foram negados por juízes do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). No último deles, a Justiça determinou a adoção de algumas medidas cautelares, entre elas o pagamento de fiança no valor de R$ 500 mil.
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